SINDICATOS APROVAM RESOLUÇÃO A ENVIAR AO GOVERNO E GRUPOS PARLAMENTARES
Plenário de sindicatos defende que a recente queda do governo PSD/CDS não pode servir de pretexto para o adiamento da aplicação das medidas exigidas pelos trabalhadores e que constam da «Proposta Reivindicativa Comum» para 2025.
Dirigentes, delegados e activistas de todos os sectores da Administração Pública reuniram-se, esta manhã (sexta, 14), junto à residência oficial do Primeiro-Ministro, em Lisboa, para reafirmar a exigência, entre outras medidas, de um significativo aumento intercalar de todos os salários e pensões, valorização das carreiras e a revogação do SIADAP.
Nesta concentração, que contou com a forte participação do STAL, foi votada e aprovada por unanimidade uma resolução – que será enviada ao líder do Governo e aos grupos parlamentares – em que se critica “as políticas de desinvestimento nos Serviços Públicos e nas Funções Sociais do Estado”, de que a recente aprovação do regresso das Parcerias Público-Privadas na Saúde é disso um bom exemplo.
Na sua intervenção, Sebastião Santana (coordenador da Frente Comum) salientou que, “contrariamente à propaganda do Governo, a realidade com que a maioria dos trabalhadores da Administração Pública se confronta é a da perda de rendimentos e do poder de compra, da desvalorização ou valorização insuficiente das carreiras e dos salários”, apontando tal situação como “fruto da ausência de respostas, de processos negociais enviesados ou insuficientes”.
Ainda segundo o dirigente sindical, “as políticas deste Governo não valorizam o trabalho”, e aproveitou para lembrar o número de trabalhadores com vínculos precários, que “ultrapassa já os 90 mil; os baixos salários praticados; a manutenção dos elementos mais negativos do SIADAP, nomeadamente as quotas e a impossibilidade de atingir o topo das carreiras; e a estagnação de dezenas de carreiras profissionais, gerais e especiais, atirando os seus trabalhadores à desvalorização salarial e profissional”.
RESOLVER OS PROBLEMAS DOS TRABALHADORES
Já a presidente do STAL, Cristina Torres, reafirmou que, apesar da queda do Governo e “da campanha de propaganda dos últimos dias, “o tempo é de unidade, mobilização, esclarecimento e de luta”, porque os problemas dos trabalhadores não estão resolvidos, e em especial na Administração Local, cujos “trabalhadores das carreiras gerais não viram nenhum dos seus problemas solucionados”.
Sublinhando que “é preciso obrigar este ou qualquer outro governo cumprir com as necessidades de quem trabalha”, a dirigente do STAL frisou que as propostas dos trabalhadores da Administração Pública estão na «Proposta Reivindicativa Comum», sendo que as dos trabalhadores das autarquias, em particular, “estão nas mãos do secretário de Estado da Administração Local”, exigindo o STAL que aqueles “sejam ouvidos e que vejam todos os seus problemas resolvidos”.
A luta prossegue já no próximo dia 28, na Manifestação Nacional dos Jovens Trabalhadores (promovida pela InterJovem), e no dia 5 de Abril, nas manifestações convocadas pela CGTP-IN em Coimbra, Lisboa e Porto, pelo aumento dos salários e das pensões de reforma, por melhores condições de trabalho e por uma vida digna. Assim como em 18 de Maio, dia em que se realizam as eleições legislativas, e em que é preciso levar a luta ao voto, por uma mudança de rumo no País.