LUTA POR MELHORES SALÁRIOS, MAIS DIREITOS E UMA VIDA DIGNA
A forte unidade e determinação dos trabalhadores em prosseguir e intensificar a luta ficaram bem patentes na adesão ao desfile reivindicativo promovido pelo STAL, entre o Lg. Camões e a Assembleia da República, para exigir medidas que façam face à dura realidade com que a generalidade está confrontada.
A forte vontade de manifestar o seu profundo descontentamento contra as “velhas” políticas do “novo” governo PSD/CDS (cujo programa foi aprovado no Parlamento, com o apoio da IL, CH e PS, e o voto contra dos partidos da esquerda) mobilizou, esta manhã, cerca de três mil trabalhadores, de todas as regiões e de diversos sectores da Administração Local e Regional, aos quais se somam os milhares que, em locais de trabalho por todo o País, fizeram greve.
A presidente do STAL (Cristina Torres) destaca que os trabalhadores da Administração Local “deram hoje uma forte resposta àquilo que este governo, que cheira muito a troika, aparentemente nos quer fazer, exigindo o aumento dos salários para fazer face ao custo de vida, que é insuportável, e reafirmando serem necessárias soluções para os seus problemas concretos”.
A dirigente acrescenta que, “embora não pareça que este Governo esteja com muita vontade para resolver os problemas já denunciados pelo STAL, vai ter que o fazer porque os trabalhadores a isso o vão obrigar”, afirmando ainda Cristina Torres que os trabalhadores demonstraram hoje, e mais uma vez, “toda a sua força e firmeza para resistir ao ‘ataque’ aos seus direitos, que consta do programa do Governo” e que “a grande adesão a este protesto nacional dá alento para prosseguir e intensificar a luta, para conquistar uma vida digna, melhores salários e condições de trabalho.”
A LUTA CONTINUA JÁ A 17 DE JULHO!
O resultado das eleições de 18 de Maio – marcado pelo reforço da direita e, em particular, da extrema-direita, à boleia de um discurso populista e assumindo posições xenófobas, racistas, intolerantes e de natureza fascista – traduzem um quadro político mais adverso à resolução dos graves problemas com que se confrontam os trabalhadores e a maioria da população, e abrem portas ao aprofundamento do ataque aos Serviços Públicos e ao retrocesso nos direitos.
E a grande acção de luta desta manhã exige resposta às propostas apresentadas pelo STAL e pela Frente Comum, que constam da “Proposta Reivindicativa Comum”, designadamente, o aumento imediato de todos os salários em 15% (no mínimo 150 €); salário mínimo na Administração Pública de 1000 €; subsídio de refeição de 10,50 €; correcção justa e real da Tabela Remuneratória Única; valorização de todas as carreiras e profissões; revogação do SIADAP e a sua substituição por um sistema de avaliação sem quotas, equitativo e justo; aplicação correcta e abrangente do Suplemento de Penosidade e Insalubridade, bem como a actualização dos seus valores e a incorporação do factor Risco; contribuições de 1,5% para a ADSE em 12 meses; o fim da precariedade e a generalização da jornada de trabalho semanal de 35 horas; a regulamentação do subsídio de piquete/disponibilidade; identificação e regulamentação das profissões de desgaste rápido na Administração Local e sector empresarial; e a recuperação das indemnizações por acidente em serviço.
E a luta prossegue já no dia 17 de Julho, com a “Marcha da Frente Comum”, em Lisboa, em defesa dos Serviços Públicos, pelo aumento dos salários e a valorização das carreiras.