EDIL INSTRUMENTALIZA SAPADORES DE BRAGA E DISCRIMINA STAL
Com pompa e circunstância, o Presidente da Câmara de Braga celebrou, dia 14 de Julho, um protocolo com a Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP) e o Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais (SNBP), que altera o regime de turnos e aplica o horário das 35 horas semanais na Companhia de Bombeiros Sapadores de Braga.
O acto, decorrido no novo quartel da Companhia, foi aproveitado por Ricardo Rio para se arvorar não só em grande defensor dos interesses dos bombeiros, mas também como um exemplar «promotor do diálogo» com as estruturas sindicais.
Ora, os bombeiros assim como os restantes trabalhadores do município não têm nada a dever ao executivo bracarense. Muito pelo contrário.
Ninguém esquece que foi Ricardo Rio quem impôs as 40 horas e as manteve até ao último momento - caso único nas Câmaras no Distrito e um dos poucos em todo o País.
A reposição do horário das 35 horas não resulta da generosidade do Presidente Bracarense (nunca o teria feito por vontade própria), mas da derrota eleitoral das políticas que sempre perfilhou e da formação de uma nova maioria no parlamento.
Nos anos que leva de mandato, Ricardo Rio nunca acedeu a dialogar com o STAL. Agora, esse suposto «promotor do diálogo» com as Estruturas Sindicais nem sequer se incomodou em ouvir o Sindicato mais representativo do Município a propósito da negociação do protocolo nos Sapadores.
A verdade indisfarçável é que Ricardo Rio continua a desprezar, como até aqui, os trabalhadores do Município e os seus legítimos representantes. A prova mais evidente é a manutenção das 40 horas para uma parte dos trabalhadores das Empresas Municipais, como se houvesse trabalhadores de primeira e de segunda categoria.
Infelizmente, desta vez, o edil Bracarense contou com a cumplicidade sabuja do presidente do SNBP, Sérgio Carvalho, que lhe encobriu as mentiras, louvando a «mudança de paradigma na protecção civil de Braga» e a «abertura do actual executivo para o diálogo e criação de condições de trabalho».
Perante este acto indigno de vassalagem, o STAL só pode lamentar que organizações que dizem representar trabalhadores participem em semelhantes acções de propaganda, que têm como único objectivo branquear a imagem do Presidente Bracarense, na mira das próximas eleições autárquicas.
Sobre a alegada «mudança de paradigma», no que respeita à protecção civil de Braga, o STAL tem a lembrar o seguinte:
nem comandante nem bombeiros foram ouvidos sobre a definição do projecto do novo
quartel;
- A obra foi inaugurada a 3 de Julho sem estar concluída;
- A mudança de instalações só ocorreu no dia 15 de Julho, ainda sem água quente, obrigando os bombeiros a recorrer ao velho quartel para tomar banho;
- Os portões da garagem de viaturas não funcionam;
- Não é permitido cozinhar e não existem utensílios na cozinha;
- Os bombeiros continuam a utilizar fardas velhas. O novo fardamento foi utilizado apenas no dia da inauguração para a fotografia;
- O trabalho em dias de feriado continua a não ser pago e a Câmara ainda deve subsídios de turno, indevidamente cortados no período de férias durante três anos;
- Por fim, o «genial» protocolo tem uma vigência apenas até ao próximo dia 30 de Setembro.
- Pergunta-se: quais serão as condições de trabalho a aplicar aos bombeiros sapadores após aquela data?
O STAL denuncia esta operação propagandística de Ricardo Rio à custa dos bombeiros sapadores e protesta pela sua exclusão da negociação do protocolo nos Sapadores - acto discricionário e ilegal bem revelador do carácter e intenções de quem o cometeu.