EXIGÊNCIAS DOS TRABALHADORES CONTINUAM A SER IGNORADAS
Face à continuada e provocatória falta de respostas da administração às suas reivindicações, os trabalhadores vão endurecer a luta, socorrendo-se de todas as formas e meios à sua disposição, para obrigar o Grupo Águas de Portugal a sentar-se à mesa para negociar e cumprir o Acordo Colectivo de Trabalho. Os trabalhadores estão fartos e descontentes com a actual situação, reafirmando que é tempo de receberem o que lhes é justamente devido.
Esta quinta-feira (1 de Julho), realizou-se uma reunião entre uma delegação do STAL/Fiequimetal e a administração do Grupo Águas de Portugal (AdP), na expectativa de uma resposta positiva às reivindicações que constam da Resolução aprovada pelos trabalhadores nas concentrações de dia 21 de Maio, e entregue à administração do Grupo AdP, e cujo silêncio levou à realização de uma Greve Nacional no dia 11 de Junho, que registou grande adesão.
E as expectativas dos trabalhadores saíram novamente goradas, já que a reunião terminou como começou, ou seja, com “uma mão cheia de nada”, já que a administração da empresa insiste em ignorar, ostensivamente, as exigências dos trabalhadores, não se comprometendo com nada, nem revelando disponibilidade concreta para começar a negociar, fazendo assim “ouvidos moucos” às exigências dos trabalhadores, menosprezando o seu empenho e dedicação nestes tempos difíceis de crise pandémica, e a quem, com “falinhas mansas”, vai distribuindo elogios ocos e palmadinhas nas costas.
Milhões para os accionistas, nem tostões para os trabalhadores
Face a esta atitude inaceitável – de um grupo empresarial que gerou lucros de milhões de euros, distribuindo-os em forma de dividendos aos accionistas – os trabalhadores prometem um Verão de Luta, determinados que estão em endurecer as acções de luta, socorrendo-se de todas as formas e meios à sua disposição, para obrigar a administração da AdP a sentar-se à mesa para negociar e cumprir o Acordo Colectivo de Trabalho.
Os trabalhadores das empresas do grupo AdP exigem, entre outras reivindicações:
- O cumprimento do Acordo Colectivo de Trabalho;
- Aumento dos salários em 90€ por trabalhador (fixando-se, no curto prazo, 850€ como o salário mínimo de entrada nas empresas);
- A valorização das carreiras e a redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais;
- A uniformização dos direitos; e a contratação de mais trabalhadores;
- A atribuição de um subsídio de risco extraordinário no âmbito do actual contexto epidémico.
Além das palmas e elogios, a verdade é que os trabalhadores – desde a revisão da tabela em Novembro de 2018 – nunca mais tiveram um aumento salarial.
Continuam, igualmente, sem direito ao Suplemento de Penosidade e Insalubridade, que a administração da AdP não aplica porque não quer, pois nada a impede de o fazer, e que já começa a ser aplicado em diversas autarquias, ainda que de forma muito insuficiente e aquém das reivindicações do STAL e dos trabalhadores.
Tem de haver respostas e soluções para os problemas dos trabalhadores, que são essenciais ao funcionamento da empresa – tanto na área do saneamento como no abastecimento de água –, mas cuja valorização tarda em ser reconhecida.
É tempo de Acção e de Luta!
É preciso tornar público a verdadeira realidade que se vive no seio do Grupo AdP, contrariamente à propaganda “imaculada” que a administração quer passar para o exterior.
Os trabalhadores do sector da água merecem ser valorizados e respeitados. São homens e mulheres que todos os dias asseguram um bem fundamental à vida, e que mesmo neste difícil contexto sanitário se mantiveram na primeira linha da prestação deste serviço público essencial à população.
É tempo de ACÇÃO e de LUTA para exigir o que é justamente devido aos trabalhadores.