ESTRUTURAS SINDICAIS E TRABALHADORES CONTESTAM NOVO ADIAMENTO DA RONDA NEGOCIAL
Uma delegação de dirigentes do STAL e da FIEQUIMETAL concentrou-se esta tarde (quarta, 9) junto à sede da Águas de Portugal (AdP), em Lisboa, tendo sido recebida por um elemento da direcção da empresa, a quem entregaram um “telegrama” a protestar contra o adiamento da reunião com o Conselho de Administração – prevista para hoje e que foi, entretanto, reagendada para 7 de Dezembro –, e em que reafirmam as principais exigências dos trabalhadores, que constam do Caderno Reivindicativo já apresentado pelas duas estruturas sindicais.
O STAL e da FIEQUIMETAL consideram inaceitável esta postura do Grupo AdP, que, escudando-se atrás da tutela, tem vindo a protelar uma resposta positiva às propostas dos trabalhadores, tendo mesmo recuado no processo negocial, o que é bem demonstrativo de desrespeito pela boa fé negocial e de desconsideração pelos problemas laborais que afectam os trabalhadores.
Recorde-se que, no Grupo AdP, o Acordo Colectivo de Trabalho (ACT) continua por cumprir e a sua revisão por efectuar, mantendo-se fortes disparidades salariais e desigualdade no plano dos direitos; e os trabalhadores, na sua maioria, recebem salários ao nível do Salário Mínimo Nacional, e que nem sequer a mísera actualização salarial de 0,9% (imposta pelo governo PS à Administração Pública este ano) receberam, num grupo empresarial que, em 2021, apresentou lucros de 83,3 milhões de euros (+6% face ao ano anterior), e mais de 400 milhões de euros nos últimos 10 anos, mas que insiste na estratégia de “milhões para os accionistas, migalhas para os trabalhadores”.
Os trabalhadores exigem aumento imediato dos salários em 120 € para todos, e 900 € de salário mínimo no grupo AdP. Desde 2009, os trabalhadores só beneficiaram de um aumento de 20€ (em 2018), aquando da entrada em vigor do ACT, há trabalhadores altamente qualificados, com 15 ou 20 anos de serviço, a ganhar o salário mínimo nacional.
O STAL e FIEQUIMETAL exigem o retomar das negociações já, sem mais desculpas, reafirmando que a resolução dos graves problemas dos trabalhadores não se compadece com mais demoras e adiamentos.
O diálogo continua a ser prioritário, mas os trabalhadores estão unidos e disponíveis para avançar com todas as formas de luta.