“BORLAS FISCAIS” ÀS EMPRESAS E REDUÇÃO DE IRC SOMAM 2000 MILHÕES DE EUROS
Há dois anos que o Subsídio de Refeição na Administração Pública não é actualizado, propondo a Frente Comum – que o STAL integra – que seja de 12 € em 2026. Em resposta, o governo PSD-CDS avança (pasme-se!) com… 0 € no próximo ano e 0,10 € em 2027!
A somar à proposta de actualização salarial de 2,15% - que prolonga a perda de poder de conta –, trata-se de uma proposta miserável, uma autêntica provocação e um descarado desrespeito por quem, diariamente, assegura a prestação dos Serviços Públicos às populações.
Confirma-se (se dúvidas houvesse…) que o Governo teima numa política de baixos salários, desvalorizando o trabalho e os trabalhadores, que vêem o seu salário “encolher” todos os anos, enquanto o custo de vida e os lucros dos principais grupos económicos aumentam ano após ano!
Enquanto poupa com os trabalhadores, o governo PSD-CDS abre os “cordões à bolsa” para as principais empresas, que, por via do Orçamento do Estado para 2026, irão amealhar cerca de 2000 milhões de euros (M€) em “borlas fiscais” e redução de IRC.
Só quatro bancos (BCP, Santander, Novo Banco e BPI), e até Setembro, arrecadaram quase 1500 M€ em comissões (+20% do que no período pré-pandemia). E se juntarmos o BPI, estes bancos lucraram – e a “procissão” ainda só vai na primeira metade do ano – 2608 M€ (mais de 11,6 milhões por dia!).
Fora a Jerónimo Martins, que teve um lucro de 484 M€ até Setembro (+10%); a Sonae 102 M€ no 1.º semestre (+41%,); a Galp 973 M€ (+9%); e a EDP, que prevê lucrar até 1300 M€ em 2025!
Enquanto isto, na negociação com a Frente Comum, o Governo confirmou que quer manter o “Acordo de Empobrecimento” assinado pela UGT, e que prevê actualizações salariais muito aquém das necessidades dos trabalhadores. E, em relação a matérias como o SIADAP, mantém tudo na mesma!
Os trabalhadores não aceitam que o Governo queira gozar com quem trabalha!