GREVE NACIONAL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ARRANCA EM FORÇA NAS AUTARQUIAS
Esta jornada nacional de luta dos trabalhadores da Administração Pública, promovida pela Frente Comum nesta sexta-feira, regista, ao início desta noite, uma forte adesão na Administração Local, particularmente nos sectores da recolha e higiene urbana, e o STAL – Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local espera uma elevada adesão na generalidade das autarquias e empresas municipais ao longo de todo este dia.
Nos primeiros serviços de recolha nocturna a entrar em funcionamento, nos concelhos de Amadora, Évora, Loures, Moita, Odivelas, Palmela e Seixal registou-se uma adesão de 100%, não tendo sido efectuada a recolha de lixo nestes concelhos. Já Lisboa, Almada, Barreiro e Sintra registaram uma adesão muito significativa (entre os 60% e os 86%), tendo a recolha de sido fortemente afectada.
Os dados conhecidos até ao momento na Administração Local reflectem o profundo descontentamento dos trabalhadores deste sector por verem, ano após ano, as suas condições de vida e de trabalho agravadas por este governo do Partido Socialista, que continua a não dar resposta efectiva aos seus problemas.
Este ano, o governo PS impôs aos trabalhadores da Administração Pública uma “actualização” dos salários de 0,9%. Ora, indica o Instituto Nacional de Estatística que a taxa de inflação atingiu os 10,1% em Outubro; estimando em 7,8% o valor médio para este ano.
Também em Outubro, o Índice de Preços no Consumidor (IPC) relativo aos produtos energéticos atingiu os 27,6%, enquanto o IPC referente aos produtos alimentares não transformados acelerou para 18,9%. São os valores mais altos desde 1992!
É inaceitável a continuação do empobrecimento dos trabalhadores, que só este ano vão perder cerca de um mês de salário!
E para o próximo ano, o governo PS propõe uma subida média dos salários em 3,6%, da qual resulta o tão “badalado” aumento de 52,11€. Mas o Conselho de Finanças Públicas prevê, em 2023, uma taxa de inflação de 5,1%. Ou seja, mesmo com o aumento dos 52 € em 2023, os trabalhadores estarão mais pobres do que hoje, dado que, para muitos, só o aumento da prestação do crédito à habitação ultrapassa os 52 €! E mesmo que a inflação baixe, os preços não irão baixar!
OS TRABALHADORES NÃO ACEITAM CONTINUAR A EMPOBRECER!
Os trabalhadores da Administração Local estão cada vez mais pobres e a sofrer com o brutal agravamento do preço dos bens essenciais e da inflação, enquanto os grandes grupos económicos e o próprio Estado acumulam lucros e impostos obscenos!
Rejeitando continuar a empobrecer, os trabalhadores das autarquias mostram-se unidos e determinados em continuar a lutar por, designadamente:
– Aumento dos salários em 10%, num mínimo de 100 €, para todos os trabalhadores;
– Aumento do salário mínimo na Administração Pública para 850 €;
– Actualização do subsídio de refeição para 9 €;
– Correcção da Tabela Salarial - TRU;
– Revogação do SIADAP, e a sua substituição por um sistema de avaliação sem quotas, formativo, equitativo e justo;
– Aplicação efectiva do Suplemento de Penosidade e Insalubridade, e a inclusão do risco, abrangendo todos os trabalhadores que desempenham actividades penosas, insalubres e de risco;
– Descongelamento das promoções e das progressões nas posições remuneratória, abrangendo todas as carreiras e categorias;
– Reposição das carreiras, índices remuneratórios e dos conteúdos profissionais específicos;
– Valorização das carreiras profissionais específicas;
– Actualização do valor de todos os suplementos remuneratórios.
VALORIZAR OS TRABALHADORES E REFORÇAR OS SERVIÇOS PÚBLICOS
Só com o aumento dos salários se valorizam os Serviços Públicos e se garantem as Funções Sociais do Estado.
Mais de 13 anos passados sobre o último aumento salarial, ao longo do qual o poder de compra se degradou de forma significativa, o STAL considera inaceitável que o governo PS insista em adiar, sistematicamente, a resolução das graves dificuldades com que se debatem os trabalhadores da Administração Pública – e os da Administração Local em particular –, que estão na linha da frente da resposta às necessidades das populações e garantem as Funções Sociais do Estado, exigindo, por isso, respeito pelo sua dignidade profissional e soluções concretas para os seus problemas.
Dados de adesão em actualização permanente na página do STAL:
www.stal.pt/dadosgreve