CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE NELSON MANDELA
Num momento em que se assinala o centenário do seu nascimento, a 18 de Julho de 1918, o STAL evoca a figura exemplar de Nelson Mandela, dirigente histórico do Congresso Nacional Africano (ANC), que liderou a luta vitoriosa do povo sul-africano contra o apartheid.
Mandela aderiu ao ANC ainda jovem, sendo um dos fundadores da Liga Juvenil do ANC (1944) e um defensor da unidade e da Aliança Tripartida (ANC, Partido Comunista Sul-Africano e COSATU – central sindical)
Depois do massacre de Sharpeville (1960), no qual a polícia sul-africana assassinou 69 pessoas que se manifestavam contra o apartheid, passou a liderar a luta armada dirigida pelo ANC.
Em 1962 é preso numa operação que envolveu a CIA e a polícia sul-africana, tendo sido condenado a prisão perpétua, acusado de terrorismo. Passou 28 anos na prisão, tendo sido libertado em 1990, quando o regime segregacionista entrou em desagregação, em resultado da luta do povo, amplamente apoiada pela generalidade das forças progressistas a nível internacional.
Após a eliminação do regime do apartheid, foi presidente da África do Sul de 1994 a 1999, tendo dado os primeiros passos da transição para um regime que instaurou a igualdade de direitos entre todos os sul-africanos e a democracia.
Em 1993, quando visitou Portugal, o então presidente da África do Sul saudou «os amigos portugueses do povo sul-africano», em sinal de reconhecimento pelas importantes campanhas promovidas no nosso país, particularmente pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), às quais o STAL e os sindicatos filiados nas CGTP-IN se associaram.
Lutador abnegado pela libertação dos povos vítimas da colonização, Nelson Mandela foi galardoado em 1993 com o Prémio Nobel da Paz.
O pensamento e a acção consequente de Nelson Mandela mantêm hoje toda a actualidade: «Ninguém nasce odiando outra pessoa por causa da cor da sua pele, ou do seu passado, ou da sua religião. O povo aprende a odiar, e se pode aprender a odiar, pode-lhe ser ensinado o amor, o amor vem mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto», declarou o líder sul-africano.
A democracia que defendeu para a África do Sul visou eliminar a segregação racial e a exploração do trabalho, aprofundando e alargando os direitos sociais e laborais.
Mandela foi um defensor da melhoria das condições de trabalho e de vida dos sul-africanos, da implementação e da regulação da contratação colectiva e do direito de greve para defender os direitos dos trabalhadores, foi defensor dos serviços públicos.
Para o STAL, a evocação de Nelson Mandela é também um estímulo à luta dos trabalhadores e dos povos pelos seus direitos, pela paz, pela dignidade e pela igualdade, contra o racismo, contra a exploração e a opressão, é um estímulo à solidariedade internacionalista entre povos e trabalhadores em luta pelo progresso económico e social, por uma sociedade mais justa e igual.