GREVE NACIONAL PARALISA CÂMARAS E SERVIÇOS
A Greve Nacional da Administração Pública, que teve início da noite de ontem, com uma forte adesão nos sectores da recolha de resíduos e na higiene urbana, privando a maioria dos centros urbanos da recolha de lixo, continuou hoje de manhã a registar elevadas adesões na generalidade das autarquias, particularmente com a paralisação de transportes urbanos municipais, o encerramento de escolas do 1.º e 2.º ciclos, bombeiros, escolas, empresas municipais, empresas privadas e outras entidades que operam no sector.
Os dados conhecidos até ao momento na Administração Local constituem um sinal claro de que os trabalhadores das autarquias estão determinados a lutar pelos objectivos da greve, designadamente pelo aumento geral dos salários, pela recuperação das carreiras e pelos avanços nos seus direitos.
São de destacar o encerramento dos serviços de recolha nocturna de resíduos sólidos nos concelhos de Évora, Loures e Odivelas, Setúbal, Moita, Palmela, Seixal, Almada e Amadora, bem como uma forte adesão, a rondar os 83% em Lisboa e no Funchal, e os 75% em Sintra.
Igualmente no início da manhã a recolha diurna com os serviços de recolhas encerrados em Arraiolos, Barreiro, Loures, Sesimbra e Sines e 90% em na cidade de Coimbra
Os dados mais recentes indicam o encerramento de câmaras, serviços municipalizados, associações de bombeiros, escolas, empresas municipais, intermunicipais e outras que operam no sector.
A subida dos níveis de adesão à greve reflecte o profundo descontentamento dos trabalhadores da Administração Local com as opções do governo em matéria salarial, que adiam uma vez as expectativas criadas de recuperação do poder de compra perdido desde 2009, último anos em que houve actualização salarial no sector
As medidas anunciadas pelo Governo e incluídas na proposta de Orçamento de Estado são claramente insuficientes e revelam a obsessão do Governo com a redução do défice, seguindo as orientações de Bruxelas, e o favorecimento dos interesses da banca, em prejuízo do poder de compra dos trabalhadores e dos serviços públicos, remetidos para segundo plano.
Os trabalhadores consideram que é inaceitável que o governo insista em arrastar no tempo a resolução dos graves problemas dos trabalhadores da Administração Local e exigem a imediata e plena reposição do seu direito à actualização anual do salário, valorização das profissões e carreiras e a melhoria dos serviços públicos.