RECOLHA E LIMPEZA URBANA DE PORTIMÃO EM LUTA
Os trabalhadores da Recolha de Resíduos e Limpeza Urbana da EMARP - Empresa Municipal de Aguas e Resíduos de Portimão, paralisam a 31 de Outubro e 2 de Novembro, para exigir dois dias completos de descanso semanal.
Os cerca de 120 trabalhadores que laboram no sector há muito que vêm demonstrando o seu descontentamento face à discriminação de que são alvo no que respeita ao descanso semanal.
Ao contrário dos colegas de outros serviços da empresa municipal, o pessoal da recolha e da limpeza urbana está limitado a um dia de descanso semanal, sendo que o turno da noite nem sequer tem um dia completo.
No turno da noite, a semana laboral termina às 01,30 horas de sábado e inicia-se às 19,30 horas de domingo.
Face ao arrastamento desta situação insuportável e totalmente ilegal, os trabalhadores promoveram um abaixo-assinado, exigindo que a Câmara de Portimão e o conselho de administração da EMARP garantissem a todos os trabalhadores dois dias de descanso semanal.
No entanto, nas reuniões entretanto realizadas, os responsáveis da empresa mostraram-se inflexíveis, alegando que para dar dois dias de folga seria necessário contratar mais sete motoristas e 16 cantoneiros, o que representaria um encargo incomportável para a empresa.
Os trabalhadores não aceitam estes argumentos e acusam o município e a administração da empresa de má vontade para encontrar uma solução que respeite os direitos laborais elementares.
Na realidade, pelas contas dos trabalhadores, bastariam mais dois motoristas e quatro cantoneiros no período nocturno, para garantir os dois dias de descanso semanais, como se refere numa missiva, enviada a 7 de Outubro pelo STAL, à presidente do Conselho de Administração da EMARP.
Um luta justa!
Devido à redução de pessoal ocorrida nos últimos anos, foram exigidos esforços acrescidos aos trabalhadores do sector para assegurar a recolha e a limpeza do concelho em boas condições.
Neste período, os trabalhadores deram suficientes provas empenho e dedicação. Não podem, pois, admitir que o município e a empresa pretendam tornar permanente uma situação excepcional, resultante de opções de gestão, pelas quais, aliás, não podem ser responsabilizados.
Face ao aumento do descontentamento, quadros superiores da empresa têm vindo a fazer ameaças veladas aos trabalhadores, informando-os de que a área dos resíduos sólidos pode vir a ser privatizada, caso prossigam a luta pelo descanso semanal e realizem a greve.
O STAL condena este comportamento e exorta os trabalhadores a manterem-se unidos e firmes na sua justa luta pelo descanso semanal.
O STAL apela aos trabalhadores dos restantes serviços da empresa, que gozam de dois dias de descanso semanal, a manifestarem a sua solidariedade com os colegas do sector da Recolha de Resíduos e Limpeza Urbana, contra a discriminação e pela igualdade de direitos e de condições de trabalho.