A LUTA É COMO A ÁGUA: TANTO BATE ATÉ QUE FURA!
A falta de respostas da administração às reivindicações dos trabalhadores é inaceitável! Os problemas laborais mantêm-se sem resolução há vários anos, menosprezando-se o empenho e a dedicação dos trabalhadores,
que se mantiveram na primeira linha da prestação de um serviço público essencial à população neste difícil contexto sanitário. Os trabalhadores estão fartos e descontentes com a actual situação.
É tempo de os trabalhadores receberem o que lhes é devido!
Passados quase dois anos e meio desde a publicação do Acordo Colectivo de Trabalho (ACT) do Grupo AdP, e três anos após a histórica greve de 24 de Abril de 2018, as questões laborais estão em modo “hibernação”, se não mesmo paradas, por responsabilidade das sucessivas administrações do Grupo, que têm desculpas “esfarrapadas”: primeiro, a administração da AdP não estava completa; depois, a pandemia, que continua a servir de desculpa para tudo, e por aí adiante, menosprezando o empenho e a dedicação dos trabalhadores.
Além das palmas e elogios, a verdade é que os trabalhadores – desde a revisão da tabela em Novembro de 2018 – nunca mais tiveram um aumento salarial.
Continuam, igualmente, sem direito ao Suplemento de Penosidade e Insalubridade, que a administração da ADP não aplica porque não quer, pois nada a impede de o fazer, e que já começa a ser aplicado em diversas autarquias, ainda que de forma muito insuficiente e aquém das reivindicações do STAL e dos trabalhadores.
Tem de haver respostas e soluções para os problemas dos trabalhadores, que são essenciais ao funcionamento da empresa – tanto na área do saneamento como no abastecimento de água – mas cuja valorização tarda em ser reconhecida.
A hipocrisia dos elogios
A Proposta de Revisão de ACT entregue pelo STAL e Fiequimetal há um ano ainda não obteve resposta, pelo que, certamente, deve ter sido metida na gaveta. E a administração da AdP também ainda não respondeu aos ofícios enviados para o início da negociação, atitude que é bem reveladora do desprezo com que trata os direitos e as reivindicações dos trabalhadores, que, hipocritamente, tanto elogiam com palavras bonitas.
Nesta altura, já existe Conselho de Administração constituído e os demais órgãos eleitos; portanto, qual será a justificação desta vez? Falha nos meios de correspondência?
Ausência de respostas impõe recurso à luta
Os trabalhadores estão cansados e descontentes com a actual situação, e perante a completa e inaceitável ausência de resposta aos seus problemas irão desenvolver – conjuntamente com os seus sindicatos de classe – todas as formas de luta nos locais de trabalho, e acções junto das populações para denunciar e desmascarar este comportamento da administração da AdP.
Por pressão dos sindicatos, e ao fim de mais de dois anos, foi finalmente constituída a Comissão Paritária, dando-se início às reuniões deste órgão, cuja missão é a observância da aplicação do ACT nas diversas empresas do Grupo. No entanto, e até agora, o resultado foi pouco mais do que nada, já que a empresa continua a insistir no jogo do “empurra para a frente”, com as desculpas do costume por parte dos seus representantes.
Na última reunião, realizada a 18 de Março, o STAL e FIEQUIMETAL deixaram claro que não iriam continuar a tolerar a estratégia adoptada por parte da administração AdP, que ignora os problemas, os ofícios, os anseios, as discriminações entre trabalhadores e as reclassificações, entre outros assuntos, adiando – de forma deliberada e consecutiva – a resolução dos problemas, e fugindo aos compromissos assinados com os trabalhadores.
O que esperamos da próxima reunião, agendada para o dia 1 de Abril, é que – apesar de ser o “dia das mentiras” – sejam dadas respostas concretas aos problemas dos trabalhadores,
com verdade e transparência.
É tempo de agir!
É preciso tornar público a verdadeira realidade que se vive no seio do Grupo, contrariamente à propaganda “imaculada” que a administração quer passar para o exterior.
Os trabalhadores do sector da água merecem ser valorizados e respeitados. São homens e mulheres que todos os dias asseguram um bem fundamental à vida, e que mesmo neste difícil contexto sanitário se mantiveram na primeira linha da prestação deste serviço público essencial à população.
É tempo de acção e de luta para exigir o que é justamente devido aos trabalhadores.
Assim, durante o mês de Abril serão realizados plenários gerais, sectoriais e locais nas diversas empresas do Grupo AdP, para discutir e decidir as formas de luta a desenvolver.
Caso não existam respostas às reivindicações dos trabalhadores num curto espaço de tempo.
A LUTA É O CAMINHO E A GREVE O SEU ALIADO!