TRABALHADORES CHUMBAM ORÇAMENTO DO ESTADO
Centenas de trabalhadores da Administração Pública, delegados, dirigentes e activistas sindicais protestaram junto à Assembleia da República, esta manhã, contra a aprovação do OE2026, e rejeitaram o “pacote laboral” do governo PSD-CDS.
No “tribunal popular” realizado esta manhã, em frente ao Parlamento, o OE2026 e o Governo que o pariu foram condenados pelo “colectivo de juízes” – trabalhadores da Administração Pública (e em especial da Administração Local), delegados, dirigentes e activistas dos sindicatos da Frente Comum –, que decidiu soberanamente: “O Governo que pariu o documento está demitido e o documento revogado!”
O ano de 2026 será mais um em que o poder de compra dos trabalhadores da Administração Pública – e, particularmente, os da Administração Local, em que os salários são mais baixos – se degradará significativamente, respondendo o governo PSD-CDS (com os “bolsos cheios” – a receita fiscal superou os 48 mil milhões de euros até Setembro, +5,8%) às dificuldades dos trabalhadores com uma actualização salarial de 2,15%, valor muito aquém do necessário para repor o poder de compra perdido desde 2009 e para fazer face ao agravamento do custo de vida.
Isto, num quadro em que o País (segundo o INE) registou um excedente orçamental de mais de 6300 milhões de euros até Setembro (+611 M€ face ao período homólogo), com destaque para as receitas do IVA (+8,7%) e do IRS (+7,1%).
A LUTA CONTINUA JÁ EM 11 DE DEZEMBRO!
Enquanto se agravam as condições de vida de trabalhadores, reformados e jovens, devido aos baixos salários e pensões, ao aumento do custo de vida, à dificuldade de acesso a bens e serviços, e à efectivação do direito à Saúde, à Escola Pública, à Segurança Social e à Habitação, entre outros, os grandes grupos económicos acumulam lucros recordes.
Só o BCP, Santander, Novo Banco e BPI, e até Setembro, arrecadaram quase 1500 milhões de euros (M€) em comissões. E se juntarmos a CGD, estes bancos já lucraram – e a “procissão” ainda não chegou ao fim do ano – 2608 M€ (mais de 11,6 M€ por dia)!
Fora a Jerónimo Martins, que teve um lucro de 484 M€ até Setembro (+10%); a Sonae 102 M€ no 1.º semestre (+41%,); a Galp 973 M€ (+9%); e a EDP, que prevê lucrar até €1300 M€ em 2025!
Como se isto já não bastasse, o Governo vai presentear (ou não estivéssemos perto do Natal…) as principais empresas com “borlas fiscais” e redução de IRC no valor de 2000 M€, no Orçamento do Estado para 2026!
Mas, com o reforço da luta dos trabalhadores, será possível reverter este rumo. E a luta prossegue já no dia 11 de Dezembro, com a Greve Geral convergente, de todos os sectores, para lutar contra as propostas de alteração da legislação laboral apresentadas pelo Governo, que representam um autêntico “assalto” aos nossos direitos, e para exigir melhores salários, condições de trabalho dignas e o reforço dos Serviços Públicos e das Funções Sociais do Estado.