CASO ÚNICO EM TODA A UNIÃO EUROPEIA
Os custos horários da mão-de-obra em Portugal diminuíram 1,5%, no primeiro trimestre do ano, em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo dados do Eurostat divulgados dia 15, a quebra em Portugal foi a única observada na zona euro e em toda a União Europeia, onde os custos do trabalho aumentaram dois por cento e 2,7%, respectivamente. Os principais aumentos registaram-se na Roménia (12,7%), na Letónia (11,2%) e na Hungria (10,3%).
Esta diminuição, como explica o economista Eugénio Rosa, «foi conseguida à custa do aumento da exploração dos trabalhadores, pagando salários de miséria. Basta ir ao “site” do Instituto de Emprego, onde se encontram ofertas de emprego para engenheiros em que as empresas pretendem pagar apenas 600€/mês, e o governo nada faz, até promove essas ofertas em “sites” oficiais».
O estudo, publicado site do autor (http://www.eugeniorosa.com), aponta estes dados como a «prova de que a recuperação económica de que tanto fala o Governo está a fazer-se à custa de uma crescente sobre-exploração dos trabalhadores em Portugal de que se aproveitam as entidades patronais, agravando desta forma as enormes desigualdades existentes. A “recuperação” dos rendimentos está a ser feita com base em salários de miséria».