EM DEFESA DO EMPREGO PÚBLICO, CONTRA A PRECARIEDADE E PELO TRABALHO COM DIREITOS
Na passada sexta-feira, num desfile que percorreu as ruas de Setúbal a partir da Praça do Brasil, mais de quatro centenas de trabalhadores da administração pública vindos de vários concelhos do Distrito de Setúbal manifestaram-se numa acção de luta do STAL.
Acção que contou com a presença de Arménio Carlos, Secretário-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses - Intersindical Nacional (CGTP-IN) que na sua intervenção apelou a que os trabalhadores “sejam os protagonistas da mudança” que é necessária ao país, na sequência das duas “derrotas monumentais nas eleições europeias e autárquicas” dos partidos do governo PSD e CDS-PP e que “como não há duas sem três” tem que passar por uma nova derrota nas próximas eleições legislativas.
Pretendeu-se com esta concentração de trabalhadores denunciar a crescente utilização de contratos de trabalho precário com que o Governo pretende disfarçar, por um lado, os escandalosos números do desemprego no nosso país e por outro ocupar postos de trabalho efectivos e que se encontrariam por preencher, fruto das criminosas limitações e elevada burocratização impostas à contratação de trabalhadores para a administração pública central e local.
Em desfile por Setúbal os trabalhadores exigiram a defesa do emprego público de qualidade e com vínculo efectivo, cumprindo-se a lei e o direito constitucional ao trabalho, pois se a utilização de trabalhadores desempregados, serve para satisfazer as necessidades dos serviços a prestar às populações, os trabalhadores que estão contratados nestas situações devem ter vínculo público e efectivo.
Os trabalhadores reunidos nesta acção de Luta afirmaram o seu empenho na continuação da luta contra a precariedade e pelo Trabalho com Direitos, na reivindicação do cumprimento da Lei Fundamental do País, de que a um posto trabalho permanente corresponde um vínculo efectivo.
Exigiram igualmente a abertura de concursos para ingresso na administração pública, por forma a que esta se volte a encontrar livre dos espartilhos impostos pelo governo que procuram impor uma crescente dependência da prestação de serviços por parte de entidades privadas, que visam a obtenção de lucro fácil a partir da necessidade de cumprimento das mais básicas expectativas dos cidadãos portugueses, nomeadamente nas áreas da saúde, ensino, segurança social e administração local;
Esta acção de luta realizada em Setúbal foi apenas mais um passo no processo de intensificação da Luta pelo derrube das políticas de direita e da derrota dos governos e partidos que as executam, devolvendo a esperança de que é possível um Portugal soberano com políticas alternativas e de esquerda.