Trabalhadores e autarcas da península de Setúbal vão manifestar-se amanhã, dia 8 de Julho, em defesa dos serviços públicos de resíduos, pela reversão da privatização da EGF.
O protesto que terá início pelas 9h30, na Praça do Brasil, em Setúbal, é convocado pela AMRS - Associação de Municípios da Região de Setúbal, a Delegação Distrital de Setúbal da ANAFRE – Associação Nacional de Freguesias, a União dos Sindicatos de Setúbal, o SITE-Sul - Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul e STAL - Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local, que denunciam os efeitos da privatização da EGF – Empresa Geral de Fomento e a transformação de um serviço público ao serviço das populações, prestado pela AMARSUL, num negócio de milhões para o privado.
Lucros para o privado
Em comunicado conjunto divulgado no passado dia 5 de julho, as organizações salientam que «até à privatização, os accionistas da AMARSUL privilegiaram a opção de aplicar os resultados líquidos no investimento na modernização da empresa, garantindo melhores níveis de eficiência e melhores condições de trabalho, evitando que as tarifas pagas pelos Municípios aumentassem criando mais dificuldades e constrangimentos aos munícipes da região de Setúbal. A partir da privatização da EGF, concretizada em Julho de 2015, ganha por um consórcio liderado pela SUMA/Mota-Engil, a AMARSUL passou a ser gerida não como um serviço público, mas como um negócio que visa em primeiro lugar o lucro.
Em 29 de Março de 2016, o Conselho de Administração da AMARSUL deliberou distribuir dividendos pelos acionistas, no valor de € 1.033.254,15, tendo os administradores indicados pelos municípios votado contra.
Em 19 de Maio, os administradores indicados pela Mota-Engil propuseram e aprovaram, mais uma vez com os votos contra dos municípios, a distribuição do montante global acumulado de € 5.071.910».
Estes são valores que poderiam ser aplicados na empresa, na melhoria das condições de trabalho e do serviço prestado às populações, é transferido para os accionistas privados.
Prosseguir a luta
É necessário, afirmam, «que toda a região se una com o objetivo de repudiar a decisão de distribuição de lucros da AMARSUL, defendendo que estes devem ser reinvestidos na empresa, na melhoria dos serviços e das condições de trabalho, contribuindo para que o valor da tarifa não seja agravado; rejeitar aumentos da tarifa que visem pura e simplesmente aumentar os lucros do acionista privado; manifestar o seu apoio aos trabalhadores da AMARSUL em defesa da empresa, dos seus direitos e condições de trabalho; continuar a desenvolver ações tendentes à reversão da privatização da EGF, defendendo o serviço público de gestão de resíduos e a AMARSUL ao serviço das populações e da melhoria do ambiente na Península de Setúbal».