REPRESSÃO POLICIAL SOBRE PIQUETES DE GREVE
Os trabalhadores que asseguram o piquete de greve nos ecoparques de Palmela e do Seixal foram esta tarde surpreendidos por uma intervenção inapropriada e inusitada das autoridades policiais – nomeadamente da GNR e da “polícia de choque” da PSP – esta alegadamente a mando da Direcção Nacional da PSP –, comportamento que o STAL e o SITE-Sul repudiam veemente, por nada o justificar e, sobretudo, porque coloca em causa o legítimo e constitucionalmente consagrado direito à greve e o papel dos piquetes de greves, conforme previsto na lei.
Esta condenável acção policial, “a pedido” do Conselho de Administração da Amarsul e sob o pretexto de uma interpretação “particular” do acórdão do Tribunal Arbitral que definiu os serviços mínimos, que estão a ser escrupulosamente cumpridos, é a resposta da empresa – do Grupo EGF/Mota-Engil – às exigências dos trabalhadores, que constam do Caderno Reivindicativo apresentado, mas que têm sido sistematicamente ignoradas.
O STAL e o SITE-Sul condenam fortemente o uso da força por parte da GNR e da “polícia de choque” da PSP, e acusam o Governo de ceder à pressão e ao total desespero de um grupo empresarial privado, a Mota-Engil, e de alguns municípios afectados por esta greve de cinco dias, surpreendidos com a forte união e determinação dos trabalhadores, que, mais uma vez, demonstram que não se vergam nem abdicam de lutar por salários mais dignos e melhores condições de trabalho.
Hoje, pelas 22.30h, a Secretária-Geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha, estará com os trabalhadores do piquete de greve no Ecoparque do Seixal, para manifestar total solidariedade e reforçar o ânimo para a continuação desta acção de luta que visa exigir:
- Aumento geral dos salários e dos subsídios de refeição e de transporte; - A redução do horário de trabalho;
- O fim da precariedade e a regularização laboral dos trabalhadores com vínculo de trabalho temporário;
- O respeito pela contratação colectiva;
- A reversão imediata dos cortes no subsídio de turno;
- A criação de subsídios de insalubridade, penosidade e risco e de risco rodoviário.
Não abdicando de defender os direitos dos trabalhadores, o STAL e o SITE-Sul – que convocaram esta greve, que arrancou na segunda-feira e se estende até esta sexta-feira – irão continuar a apoiar a justa luta pela valorização dos trabalhadores.