EM LUTA POR AUMENTO SALARIAIS E MAIS DIREITOS
Inconformados com a situação que se vive nas duas empresas, os trabalhadores da FCC Environment Portugal realizam uma greve entre os dias 7 e 11 de Abril e os da ERSUC – Resíduos Sólidos
do Centro, S.A. nos próximos dias 10 e 11, para reivindicarem a valorização dos salários, a dignificação das profissões e o respeito pela contratação colectiva, assim como a urgência em travar a exploração,
a precariedade laboral e a degradação das condições de trabalho.
O STAL responsabiliza as administrações das duas empresas por estas acções de luta, que resultam do profundo descontentamento e da contínua falta de respostas concretas às exigências dos trabalhadores, cujo poder de compra se tem vindo a degradar nos últimos anos – degradação que se faz sentir, de forma mais acentuada, desde 2022, em que se registou a maior taxa de inflação dos últimos 30 anos e uma subida brutal dos preços dos bens alimentares, do custo com a habitação e da energia – face aos baixos salários praticados nas empresas, a que se soma o claro desinvestimento nas condições de trabalho.
A situação actual exige medidas imediatas de valorização dos salários em todo o sector de resíduos, dignificação das profissões e do respeito pelas funções; assim como é urgente combater a exploração, a precariedade laboral e a degradação das condições de trabalho.
Os trabalhadores do sector da recolha de resíduos e limpeza urbana estão na linha da frente na prestação de serviços essenciais às populações, garantindo a saúde pública e um ambiente de qualidade do espaço público.
Todavia, e apesar de auferirem salários baixos e de estarem sujeitos a um grande esforço e à exposição diária a elevados riscos, os trabalhadores assumem esta elevada missão de Serviço Público sem beneficiarem de qualquer compensação, pelo que exigem o respeito e a dignificação das funções que exercem e a melhoria urgente das condições em que trabalham, que ameaçam a saúde, a segurança e a própria vida.
Os trabalhadores são quem mais sofre com um permanente “défice financeiro” no final de cada mês, o que os coloca em situação economicamente difícil e de particular fragilidade social, pelo que estão unidos e determinados em defesa das suas propostas reivindicativas, designadamente:
– Aumento salarial de 10%, num mínimo de 100€, para todos os trabalhadores;
– Implementação de um salário de entrada de 850;
– Subsídio de refeição de 9€/dia;
– A fixação do período de trabalho em 7 horas diárias, 35 horas semanais e 25 dias de férias;
– O pagamento do Subsídio de Insalubridade, Penosidade e Risco;
– Fixação do trabalho nocturno entre as 20h de um dia e as 7h do sai seguinte, compensado com um acréscimo de 25% da retribuição mensal;
– A valorização das carreiras, bem como a possibilidade de progressão e promoção profissional, e a regularização das situações de vínculo precário;
– Melhores condições laborais e o respeito pelas normas de Segurança e Saúde nos locais de trabalho.
Está nas “mãos" das administrações da FCC Environment Portugal e da ERSUC – Resíduos Sólidos do Centro, S.A. encetar negociações sérias e há muito reivindicadas com o STAL e os trabalhadores, que estão conscientes do impacto negativo destas paralisações na recolha dos resíduos urbanos, mas que é, única e exclusivamente, da responsabilidade dos conselhos de administração das duas empresas.