MANIFESTAÇÃO NACIONAL DA CGTP-IN, EM LISBOA E PORTO, CONTRA O EMPOBRECIMENTO
Os trabalhadores da Administração Local marcaram forte presença na grande jornada de luta deste sábado, contra a degradação das condições de vida dos trabalhadores, reformados/pensionistas e suas famílias, e face à ausência de respostas do governo PSD/CDS aos seus problemas concretos.
A Manifestação Nacional da CGTP-IN desta tarde (dia 9), em Lisboa e no Porto, reuniu milhares de trabalhadores de todos os sectores públicos e privados, o que reflecte a grande disponibilidade para a luta e o profundo descontentamento dos trabalhadores e pensionistas/reformados – e da população em geral – por verem, ano após ano, as suas condições de vida e de trabalho agravadas pelos sucessivos governos, situação que se agudiza com o Orçamento do Estado (OE) para 2025, da responsabilidade do actual do PSD/CDS (com a conivência do PS), que mantém todas as malfeitorias denunciadas pelas estruturas sindicais integradas na Intersindical, designadamente o STAL.
No caso concreto dos trabalhadores da Administração Pública – e particularmente dos da Administração Local e Empresas Municipais e Concessionárias –, o próximo OE volta a não dar resposta efectiva aos seus problemas e às exigências, nomeadamente as que constam da “Proposta Reivindicativa Comum”, apresentado pela Frente Comum, no sentido de reverter o actual caminho de empobrecimento, bem como para garantir o reforço dos direitos e as legítimas expectativas de melhores condições de vida e de trabalho, e a defesa dos Serviços Públicos e das Funções Sociais do Estado.
BASTA DE EMPOBRECER!
Há mais de uma década que os trabalhadores da Administração Pública vêem – e, sobretudo, sentem – o salário “encolher” todos os meses, enquanto crescem extraordinariamente os lucros dos grandes grupos económicos, agravando-se assim o fosso entre os mais ricos e os mais pobres.
O OE2025 do governo PSD/CDS agrava as desigualdades sociais: 7 em cada 10 trabalhadores empobrecem a trabalhar; na Administração Pública, o poder de compra actual é inferior ao de 2011. O OE25 actualiza os salários de 2,15% (valor inferior à inflação em 2024 e, certamente, à de 2025), no mínimo 56,58€. Deduzindo-se o IRS, CGA e ADSE sobra cerca de 40€!
Em contraste, a coligação de direita mostra-se uma verdadeira “mãos largas” para o sector privado: 50% do orçamento da Saúde vai para grupos privados; prescinde de 250 M€ em IRC; distribui 1800 M€ em benefícios fiscais e 1538 M€ em PPP!
O excedente orçamental de 2024 vai superar os 0,4% do PIB (previstos pelo Governo), com o Conselho das Finanças Públicas a apontar para 0,7%, mas há especialistas que prevêem mesmo 1,2% do PIB. Já a receita fiscal do Estado superou os 3,4 mil milhões de euros até Julho (+7,6% face ao período homólogo de 2023).
Existem condições financeiras para devolver a dignidade e valorizar os trabalhadores, pelo que estes não aceitam que o actual governo de direita insista em políticas de empobrecimento. Pode e deve fazer diferente, como taxar os lucros extraordinários e fixar os preços dos bens essenciais.
As reivindicações dos trabalhadores não podem ser ignoradas. É urgente reforçar os nossos direitos, a valorização profissional, e melhores salários e condições de trabalho.
A Luta vai continuar!