EXECUÇÃO ORÇAMENTAL DOS PRIMEIROS SETE MESES

O relatório da execução orçamental referente aos primeiros sete meses do ano comprova que o Governo, persistindo em desrespeitar a Constituição e aprofundar os roubos dos rendimentos dos trabalhadores e dos pensionistas, está condenado a falhar o combate pelo equilíbrio das contas públicas e redução da dívida, que não pára de continuar a aumentar, atingindo já os 134 % do PIB.

Nos primeiros sete meses deste ano, os trabalhadores e os pensionistas, através dos cortes e do aumento brutal do IRS, pagaram mais 2 mil milhões de euros do que em igual período de 2013. Que, no entanto, representa apenas metade da verba que o Governo acabou de colocar no BES.

Esta atitude obsessiva e anti-social de prosseguir o saque aos que menos têm, contrasta com a evolução do IRC cobrado às empresas que, no período homólogo entre Janeiro e Julho, teve uma redução de 9,1 %, cumprindo assim o seu objectivo de desonerar as grandes empresas e grupos económicos à custa de quem trabalha.

Confirma-se igualmente que a reposição dos salários e o pagamento do subsídio de férias em tempo devido tem um peso insignificante no problema do défice da administração pública e, por outro lado constitui um elemento importante na dinamização e recuperação da economia. O maior problema reside sim no peso dos juros e encargos com a Dívida Pública, que aumentou 15 % em relação a igual período de 2013.

Os juros e encargos com a dívida constituem o grande sorvedouro parasitário da despesa pública, continuando a agravar-se e a sugar importantes recursos públicos, atingindo em Julho os 4.300 milhões de euros, ou seja, três quartos do défice total da Administração Central e Segurança Social. Neste momento, o montante de juros da dívida pagos, ultrapassa já todo o orçamento com o Serviço Nacional de Saúde.

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