P10 129 Residuos c04c9DEZ ANOS DEPOIS DA PRIVATIZAÇÃO DA EGF

A privatização da empresa e a decisão de a manter – da responsabilidade dos governos do PSD/CDS e do PS, respectivamente – constituem uma opção errada e inaceitável, que compromete os interesses estratégicos do País e põe em causa um direito fundamental.

Uma década depois é possível confirmar os alertas do STAL quanto à criminosa decisão de privatização da EGF, promovida pelo governo PSD/CDS – e imposta contra a vontade dos municípios, populações e trabalhadores –, que entregou ao Grupo Mota-Engil uma empresa estratégica a preço de saldo, gerando um monopólio privado no sector dos resíduos com graves consequências laborais, sociais e ambientais.

Com a gestão privada, o serviço público de resíduos foi transformado num negócio, os municípios encarados como meros clientes, e o trabalho e os trabalhadores desvalorizados e convertidos numa variável de custo.

Recorde-se que a Mota-Engil/SUMA começou por retirar e distribuir milhões de euros de dividendos acumulados durante a gestão pública, que eram aplicados na contenção do aumento das tarifas e para realizar investimentos e melhorar as condições de trabalho.

Entre 2015 e 2018, o Grupo EGF registou 56 milhões de euros de resultados positivos, dos quais distribuiu mais de 30 milhões em dividendos, com a fatia maior a ir para a Mota-Engil/SUMA. E em 2023, a EGF distribuiu mais 13 milhões de euros, valor acima dos nove milhões de lucros obtidos, descapitalizando-se assim a empresa.

Relativamente às tarifas, desde 2014 que os aumentos são tão brutais que alguns municípios avançaram com providências cautelares para os travar. A título de exemplo, na Amarsul, entre 2019 e 2024, a tarifa subiu 276%! Na ERSUC, o aumento, desde 2014, é de 234%! Exemplos a que se juntam muitos outros.

CONSEQUÊNCIAS GRAVOSAS PARA OS TRABALHADORES
Para os trabalhadores, as consequências da privatização foram e são evidentes: salários de miséria; imposição de polivalência, maior carga e ritmo de trabalho; mais precariedade; marcada disparidade e desigualdade de tratamento entre trabalhadores; ausência de reconhecimento e compensação do risco; bloqueio da negociação e da contratação colectivas, levando a que os problemas se acumulem, arrastem e agravem; ataques ao exercício da liberdade sindical, impedindo a realização de plenários, como aconteceu na ERSUC.

A privatização da EGF e a decisão de a manter – tomadas, respectivamente, pelos governos do PSD/CDS e do PS – constituem uma opção errada e inaceitável, que compromete os interesses do País e põe em causa um serviço que materializa um direito fundamental e cujas funções social, económica e ambiental são determinantes para a sociedade, pelo que a sua prestação não deve ser subordinada à maximização do lucro.

Reverter a privatização da empresa é, pois, uma tarefa urgente e uma condição essencial para levar por diante uma política de resíduos que sirva os interesses das populações, os direitos e interesses dos trabalhadores e a defesa do meio ambiente.

TARIFAS ELEVADAS E MAU SERVIÇO CONTESTADOS…
Os municípios de Seixal, Sesimbra, Palmela e Setúbal apresentaram recentemente o manifesto «Servir as populações, defender os trabalhadores, reduzir as taxas e tarifas, reverter a privatização da AMARSUL e proteger o ambiente», denunciando que, após a privatização (que o governo do PS recusou reverter), a rentabilidade passou a ser uma prioridade para a empresa, menorizando a prestação de um serviço público essencial à qualidade de vida das populações e do ambiente, ao que acresce a falta de investimento em novas infraestruturas. Estes municípios defendem ser urgente “recolocar a empresa ao serviço das populações, da região e do seu desenvolvimento”, tendo já solicitado uma audiência com a ministra do Ambiente, para a entrega do manifesto.

… E FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS
Várias câmaras de Coimbra e de Leiria, servidas pela ERSUC, vão solicitar ao Tribunal de Contas a fiscalização do contrato em vigor para a gestão e tratamento de resíduos, não descartando o resgate do mesmo, que decorre até 2034. Em causa está o aumento dos custos de tratamento de resíduos urbanos (na ordem dos 160% desde 2020) e a degradação do serviço prestado. Alegam que «a ERSUC continua a enviar mais de 76% dos resíduos para aterro, o que “não acompanha em nada aquilo que é exigido pela Europa aos municípios nas metas ambientais”.

A fiscalização dos contratos de concessão é igualmente exigida em relação à Valorlis, cujas tarifas aumentaram 192,5% entre 2019 e 2023. Os municípios da Batalha, Leiria, Marinha Grande, Pombal e Porto de Mós e Ourém apresentaram uma acção judicial para contestar a distribuição de dividendos e o resgate dos suprimentos da empresa, no valor de 1,7 milhões de euros, e exigem uma reunião com a ministra para apresentar um relatório técnico fundamentado com o detalhe dos incumprimentos legais e ambientais por parte da empresa.

 

Pela Paz, todos não somos demais!
Seg., Jun. 02, 2025
27 Junho | Protesto Nacional dos...
Sex., maio 30, 2025
STAL repudia atitude de desprezo pelos...
Sex., maio 30, 2025
Trabalhadores dos SMTUC em greve entre 26 e...
Qua., maio 21, 2025
Sobre os resultados das eleições...
Ter., maio 20, 2025
Sobre o direito à manutenção da inscrição...
Seg., maio 12, 2025
Pelo fim do bloqueio a Cuba
Ter., maio 06, 2025
Investir na “máquina da Paz”
Seg., maio 05, 2025
A I greve na Administração Local
Seg., maio 05, 2025
18 de Maio | É preciso levar a luta às urnas
Seg., maio 05, 2025
Loures Parque | Luta dos trabalhadores...
Ter., Abr. 29, 2025
Abril com a força de Maio é garantia de...
Ter., Abr. 29, 2025
STAL reafirma exigência do investimento na...
Ter., Abr. 29, 2025
STAL apresenta o seu 1.º “Caderno...
Qui., Abr. 24, 2025
Cascais Ambiente | Greve arranca com adesão...
Seg., Abr. 21, 2025
IV Plenário Nacional dos trabalhadores da...
Sáb., Abr. 19, 2025