NOS SECTORES DOS RESÍDUOS E DA ÁGUA
Os trabalhadores da recolha dos resíduos urbanos encerram 2024 e iniciaram o ano em greve, nomeadamente na FCC Environment Portugal (26 de Dezembro); Resinorte e municípios de Oeiras e Lisboa (dias 26 e 27); e na EMARP (2 e 3 de Janeiro).
Adesão massiva à greve na recolha de resíduos – que, na maioria dos casos, levou ao encerramento de serviços – revela o profundo descontentamento e da contínua falta de resposta concreta às exigências dos trabalhadores, sendo que as propostas apresentadas pelo STAL às administrações das empresas incluem um conjunto de medidas, como o aumento salários – por forma a recuperar o poder de compra perdido pelos trabalhadores, cujos salários sofreram uma desvalorização acentuada nos últimos anos devido à alta taxa de inflação e ao aumento do preço dos bens de primeira necessidade – e a melhoria das condições de trabalho e o cumprimento da contratação colectiva.
Os trabalhadores do sector da recolha de resíduos e limpeza urbana estão na linha da frente na prestação de serviços fundamentais às populações, garantindo a Saúde Pública e um ambiente de qualidade do espaço público.
O STAL lamenta o transtorno causado às populações, mas considera que a responsabilidade das consequências da greve é da exclusiva responsabilidade dos executivos municipais e dos conselhos de administração, que insistem em não resolver os problemas dos trabalhadores, e alguns, pasme-se, ainda tentaram passar a ideia de que problemas estão resolvidos.
O STAL reafirma existirem condições económicas e financeiras para se proceder à valorização dos trabalhadores, que exigem um processo negocial sério, que promova e garanta a valorização remuneratória e profissional, e o pleno respeito pelas normas de Segurança e Saúde no Trabalho.
AdP: MELHOR DISTRIBUIÇÃO DA RIQUEZA
Também os trabalhadores do Grupo Águas de Portugal realizaram uma acção de protesto pelo aumento real dos salários, a revisão do Acordo Colectivo de Trabalho e o desbloqueio da negociação.
A concentração (no dia 21 de Novembro, em frente da sede da empresa, em Lisboa) juntou centenas de trabalhadores, que exigem uma mais justa distribuição dos resultados obtidos pela AdP (lucros de 102 milhões de euros em 2023, e muitos mais na última década), e para a qual contribuem com o seu empenho, dedicação e profissionalismo, apesar de confrontados com tarefas profissionais exigentes, excessiva carga horária e equipas cada vez mais reduzidas.
O STAL e a FIEQUIMETAL apresentaram propostas (algumas das quais não exigem esforço financeiro imediato, apenas boa vontade) que valorizam os trabalhadores, ao invés das “esmolas” praticadas pela administração, que os trabalhadores rejeitam.
Perante o agravamento da crise económica e social, e a ausência de soluções para os problemas e de resposta às reivindicações dos trabalhadores, o caminho só pode ser o da intensificação da luta nos locais de trabalho, renovando o STAL o seu compromisso em manter o combate pela justa distribuição da riqueza e pela valorização dos trabalhadores.