Celebramos os 48 anos da Revolução de Abril com a convicção de que é preciso intensificar a luta pela construção de um País mais desenvolvido, justo e soberano, que valorize o trabalho e os trabalhadores, combatendo a exploração, a precariedade, as desigualdades e as injustiças.
Mas a celebração e a defesa dos valores de Abril, este ano, ficam marcadas pelo forte agravamento do poder de compra, em consequência da subida geral dos preços nos últimos meses – cuja tendência se vai manter – e da estagnação salarial que milhares de trabalhadores da Administração Pública sofreram, e que a actualização salarial de 0,9% para 2022 – após 12 anos de congelamento salarial – é insuficiente para cobrir os 1,3% de inflação registados em 2021.
Importa, por isso, que o novo governo PS assuma como prioridade a inversão da política de baixos salários que, além do impacto que terá na recuperação da economia, é indispensável para a valorização dos seus trabalhadores e para tornar a Administração Pública atractiva para os jovens.
Nesse sentido, os trabalhadores da Administração Pública voltam a mobilizar-se numa acção para entregar a PRC2022 ao actual governo – marcada para 20 de Abril –, exigindo, entre outros, o aumento dos salários, a revisão da TRU, a revogação do SIADAP e a dignificação das carreiras.
O actual quadro político e económico é ainda marcado por diversos e trágicos conflitos, nomeadamente o ataque do exército russo à Ucrânia. O STAL defende que as guerras servem sempre os propósitos de alguém, mas nunca os interesses dos povos e dos trabalhadores. É, por isso, urgente assegurar o desarmamento geral e a promoção da paz e do bem-estar dos povos.
E não podemos permitir que, mais uma vez, agora sob um novo pretexto da guerra ou de outro qualquer argumento que esconda os colossais meios financeiros disponíveis no PRR para a modernização da Administração Pública, se volte a adiar a resolução das justas reivindicações dos seus trabalhadores.
Assinalou-se, a 22 de Março, mais um Dia Mundial da Água, um direito humano que é, também, uma questão de democracia, soberania, desenvolvimento e de protecção da natureza. A ganância e o avanço dos fundos especulativos sobre o negócio da água têm crescido exponencialmente, e os grandes monopólios avançam agora sobre o controle das origens da água e das barragens electroprodutoras, especulando igualmente sobre os preços da energia.
O STAL, assinalando a defesa da gestão pública e democrática da água, saúda a luta das populações que conduziu a decisões dos órgãos para o regresso ao controlo municipal das concessões nos municípios de Fafe, Paredes e Setúbal.
Decorre uma ronda nacional de contactos com os Bombeiros, discutindo e divulgando um Caderno Reivindicativo para o sector, pelo direito a uma carreira valorizada e a um salário digno, e que ponha fim à exploração de quem confunde a disponibilidade permanente com o aumento dos horários de trabalho.
No sector empresarial, a contratação colectiva é essencial para pressionar o aumento geral dos salários e a redução das jornadas de trabalho, para defender direitos e valorizar carreiras. Intensificou-se a luta em muitas empresas municipais, que significaram aumentos salariais; no grupo AdP, pela revisão e aplicação do actual ACT; e na EGF, contra quem recusa o direito constitucional à contratação colectiva.
E tal como no passado, também agora a Luta terá um papel determinante na conquista de mais direitos e na dignificação de quem trabalha e merece uma vida e um futuro melhores.