TRABALHADORES EXIGEM UM NOVO RUMO PARA O PAÍS
“A luta continua!”, garantem os trabalhadores da Administração Local, contra a actual política de baixos salários do governo PS, que acentuou as desigualdades e a pobreza de quem trabalha ou trabalhou uma vida inteira. E em diversas acções de protesto, nos últimos meses, foi isso mesmo que clamaram, a muitas vozes, por todo o País.
Em vários locais do País realizaram-se iniciativas no âmbito do “STAL na Rua” – desde acções de esclarecimento e de mobilização dos trabalhadores nos locais de trabalho, assim como concentrações, desfiles e plenários na rua – com destaque para a Concentração Nacional que reuniu cerca de meio milhar de trabalhadores, activistas, delegados e dirigentes sindicais junto ao Ministério das Finanças (em Lisboa), no dia 1 de Julho, ocasião em que o Sindicato divulgou uma “Carta Aberta ao Governo e às Autarquias contra o Empobrecimento”, responsabilizando o governo PS pelos “graves problemas” que afectam os milhares de trabalhadores da Administração Pública, e em particular os da Administração Local e Regional, que viram, nos últimos 12 anos, os seus salários congelados, as suas carreiras destruídas e reduzido o seu poder de compra, situação agravada, ainda, pelo aumento acentuado da inflação e do preço dos bens alimentares, dos combustíveis e da energia.
José Correia, presidente do STAL, alerta para o “momento de extraordinária dificuldade que os trabalhadores atravessam e face ao qual o governo mantém-se indiferente”, salientando que “o aumento do salário mínimo para 850 € é uma questão prioritária entre as reivindicações dos trabalhadores da Administração Local e Regional, uma vez que, aproximadamente, 20% dos cerca de 130 mil trabalhadores deste sector auferem o salário mínimo”.
GOVERNO SEMPRE A FAVOR DO GRANDE CAPITAL
A grande determinação e mobilização dos trabalhadores da Administração Local ficou, igualmente, demonstrada na forte participação na Manifestação Nacional promovida pela Frente Comum em Lisboa, no dia 20 de Maio, e nas acções organizadas pela CGTP-IN, designadamente a celebração do 1.º de Maio por todo País, a concentração junto da Assembleia da República em 27 de Maio (dia de votação global do Orçamento do Estado de 2022) e a Manifestação Nacional de 7 de Julho, com desfile entre o Marquês do Pombal e o Parlamento, todas para exigir melhores condições de vida e de trabalho, respeito pelos direitos e um outro rumo para o País.
Na sua intervenção na Manifestação Nacional de 7 de Julho, Isabel Camarinha (secretária-geral da CGTP) exigiu “medidas extraordinárias” por parte do governo PS, frisando que "as opções que têm vindo a ser tomadas pelos sucessivos governos têm sido sempre a favor do grande capital, dos grandes grupos económicos”, sublinhando que “são desequilibradas e insuficientes para os trabalhadores, reformados e pensionistas”, e que “acentuaram as desigualdades e a pobreza de quem trabalha ou trabalhou uma vida inteira”.
Com esta forte mobilização, os trabalhadores – que não conseguem “esticar” mais o salário para que chegue ao fim do mês – demonstraram que não aceitam mais empobrecer a trabalhar e rejeitam a política de baixos salários do governo PS, que faz “ouvidos moucos” aos seus problemas, enquanto o custo de vida agrava-se. Pelo que a luta vai continuar na defesa de melhores condições de vida.