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PALESTINA: 75 ANOS DE LUTA CONTRA O ‘APARTHEID’ E A BRUTALIDADE

O Estado de Israel foi criado há 75 anos. O povo palestiniano refere-se a este dia como “al-Nakba”, a Catástrofe, a limpeza étnica que deixou 750 mil refugiados e destruiu 500 aldeias e cidades. É inaceitável o silêncio sobre a Causa Palestina a que a “comunidade internacional” se remeteu nos últimos anos.

A estratégia fundadora de Israel de remoção forçada da população prossegue. Os palestinianos são impedidos de exercer os seus direitos, sujeitos a condições horrendas, ao apartheid e à ocupação militar brutal. O objectivo é fazer com que a esperança de recuperar até mesmo uma pequena parte de sua pátria histórica se vá esvaindo.

O regresso de Benjamin Netanyahu ao poder, à frente de uma coligação de extrema-direita, com forças defensoras da limpeza étnica dos palestinianos e da anexação dos territórios ocupados em 1967, agravou ainda mais a situação. São inaceitáveis o silêncio e a complacência dos media e dos governos ocidentais quanto à presença de forças políticas racistas e fascistas no governo a que alguns, de forma cínica e hipócrita, chamam de “a única democracia do Médio Oriente”.

Desde o início de 2023, o número de palestinianos mortos pelo exército ou pelos colonos israelitas é de 148, na Cisjordânia ocupada e na Faixa de Gaza, incluindo 26 crianças e seis mulheres. E as Resoluções da ONU, assentes na chamada “solução dos dois Estados”, continuam letra morta.

Já vitória foi a aprovação, por larga maioria, na 4.ª Comissão da Assembleia-Geral da ONU do pedido da representação palestina para que o Tribunal Internacional de Justiça da Haia emita parecer sobre “as consequências jurídicas das prolongadas violações por Israel do direito do povo palestiniano à autodeterminação e da longa ocupação, colonização e anexação dos territórios ocupados desde 1967”.

Tal como é positivo o voto favorável do governo português, contrastando com o voto negativo ou abstenção dos EUA e da grande maioria dos países europeus. É longo o historial de ausência de condenações por parte do governo português dos massacres e agressões militares de Israel contra a Faixa de Gaza e a Síria. O governo tem de ser coerente com os princípios constitucionais e a vontade do povo português. E o reconhecimento do Estado da Palestina, tal como solicitado pela Assembleia da República, é um imperativo.

 

É TEMPO DE DIZER BASTA!

O crescente movimento internacional de solidariedade com a Causa Palestina e de condenação de Israel – que urge dinamizar e incentivar, ainda mais, em Portugal – é positivo. Ao mesmo tempo, são crescentes as tendências para reprimir esse movimento e qualquer condenação das acções dos governos israelitas, sob a infame acusação de serem expressão de anti-semitismo.

Há que impedir novas promessas de futuras soluções, sem que sejam assegurados os mecanismos para a sua concretização a curto prazo. E seja qual for o plano só resultará se for fruto da participação das organizações representativas do povo palestiniano.

Quem hoje continuar a impossibilitar uma solução política que garanta a criação de um Estado independente e soberano da Palestina, com Jerusalém-Leste como capital, e assegurando o direito de regresso dos refugiados, como previsto pela ONU, não poderá queixar-se das consequências desses actos, pois “quem semeia ventos colhe tempestades”.

O povo palestiniano já sofreu anos demais a injustiça, a morte, o exílio, a repressão, os milhares de presos políticos, as torturas, a expulsão sem fim das suas casas e terrenos. Como disse Nelson Mandela: «sabemos bem que a nossa liberdade está incompleta sem a liberdade dos palestinianos».


pancipriotaDelegação da Federação Pancipriota do Trabalho no STAL

O STAL recebeu, em Abril, uma delegação da Federação Pancipriota do Trabalho, a maior central sindical de Chipre, que esteve de visita em Portugal a convite da CGTP-IN. No encontro foram abordados os problemas que atingem os trabalhadores, tendo também sido feito o ponto de situação de cada país, das lutas em curso e dos muitos desafios que se colocam aos trabalhadores e ao movimento sindical de classe, na defesa dos direitos e interesses de quem trabalha.

Não às 60 horas de trabalho por semana

O governo da Macedónia do Norte apresentou uma reforma laboral que permite aos empregadores impor 60 horas de trabalho semanais. Os sindicatos condenam esta legislação e denunciaram que o excesso de horas de trabalho é uma séria ameaça à saúde e à segurança dos trabalhadores.

Trabalhadores da água em greve

Na Irlanda, os membros do sindicato SIPTU votaram a favor da greve no sector da água. A acção, realizada em 7 de Junho, foi motivada pela falta de garantia de que o pagamento e as condições de trabalho serão protegidos quando os trabalhadores forem transferidos para um novo empregador.

Trabalhadores dos resíduos em luta

Na Galiza, os trabalhadores do serviço de limpeza urbana do Município de Ames fizeram uma greve de 7 dias, porque a empresa, com a cumplicidade da autarquia, recusa-se a proceder a aumentos salariais. Também em Allerdale (Inglaterra), os trabalhadores lutam pelo aumento dos salários e contra a contratação de trabalhadores temporários para a substituição dos trabalhadores em greve.

Mais protecção contra o amianto

O Parlamento Europeu votou por unanimidade, em 26 de Abril, o reforço da protecção dos trabalhadores contra o amianto, que continua a tirar 90 mil vidas na Europa por ano e a provocar de 55% a 85% dos cancros de pulmão no trabalho. A votação é uma mensagem clara do PE, que não apenas reduziu o limite de exposição, mas também mostrou que ouviu as reivindicações dos bombeiros, um grupo de risco de exposição ao amianto. O PE votou o estabelecimento de processos de descontaminação obrigatórios, a negociar; e a criação de registos nacionais de amianto, para rastreada a exposição e para que as doenças possam ser reconhecidas. O mapeamento do amianto em edifícios é também uma exigência de sindicatos e empregadores.

 

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